domingo, abril 06, 2008

Positivo, Empreendedor e ....de Direita?

Cara Tânia

Este teu post motivado pelo meu anterior deixa-me absolutamente convencido que todo o pretexto é válido para se colocar uma cassete.
Se o meu comentário está baseado numa afirmação sobre licenciados, se falo sempre de licenciados e do emprego para os licenciados, é normal que ache que o tema é sobre desemprego dos licenciados. E não sobre os que têm uma formação académica diferente de uma licenciatura.

A força do pensamento positivo é uma expressão que de facto te causou alguns problemas. Assumo que deveria ter explicado melhor. Trabalhar mais e mais é uma coisa. Ter força para encarar o dia-a-dia e objectivos definidos que requerem muito trabalho e tempo para atingir é outra. Esta última frase define a importância de um pouco de pensamento positivo. Eu acho que muitos recém-licenciados não se esforçam o suficiente, o que não quer dizer que não haja muito esforço sem resultados em timings que consideremos razoáveis. Também me provoca cada vez mais confusão o tema das cunhas, mas guardo o tema para um post.
Como sabes estudei na Universidade e a grande maioria dos grupos que frequento é dessa espécie de jovens licenciados. O post que escrevi tem por base a vivencia das pessoas que me rodeiam. Acho que conseguirás entender que há sem dúvida um efeito depressivo numa grande maioria dos jovens que acabam o investimento que fizeram numa licenciatura. A pressão do meio familiar, a exigência e as expectativas que criaram, um ensino que incute o culto do empregado por conta de outrem, e as mudanças que o tempo provoca na sociedade e na economia, são factores que precisam de alguma força (força é = a positivo) para se superarem.

Eu assumo que o 25/4/1974 me provoca alguma confusão. Não pela data, não pela luta que foi travada, não pela mudança para a democracia, mas sim por uma parte dos ideais que provocaram uma estranha noção da relação entre liberdade e responsabilidade. A noção do trabalho e do peso do estado também me causam algumas comichões. Acho que o discurso para o operário/agricultor/funcionário, o sindicalismo controlado, a alergia excessiva aos empresários empregadores são chavões que não contribuem hoje para o desenvolvimento individual de cada português, assim como em nada contribuem para o desenvolvimento sustentável de um país livre e democrata. Parece-me também que a perspectiva de desconfiança e da negatividade é transversal a todos os partidos políticos, mas é próprio dos partidos mais à esquerda.

Admito que me faz confusão ver-te, uma pessoa cheia de força (e ter força é positivo), a emitir constantemente opiniões de semblante negativo.
Para culmirar este post pedir-te por favor que não utilizes o pior dos argumentos:
”Não te esqueças do que defendes se algum dia não tiveres o que comer, nem casa para viver, nem forma de sustentar a tua família”.
É que dá vontade de responder à letra e nunca fica bem.

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