quinta-feira, agosto 03, 2006

Vejo, logo não sou Comunista

do Gr. myopía

s. f.,
anormalidade da vista que só permite ver os objectos a pequena distância do olho;

Vista Curta;

Fig., falta de perspicácia.

Eu não concordo com a doutrina comunista.

Eu não sou pró americano mas estou muito longe de ser anti americano.

Eu não sou Judeu, adoro a historia e a cultura desenvolvida pelo mundo árabe mas estou muito longe de ser simpatizante com as altamente incoerentes políticas praticadas na maioria de países deste eixo muçulmano.

Para mim miopia é:

Admitir que a implementação da ideologia comunista não está sempre debaixo de um líder de pulso forte, anti democrático do ponto de vista global e limitador da liberdade individual. Tudo isto em prol de uma ideia de sociedade que em muito varia a maneira de pensar dos seus lideres. Basta analisar os melhores exemplos: China, URSS e Cuba.

Não admitir, no âmbito de uma guerra-fria é verdade, o armamento de toda aquela zona envolvente ao recém estado de Israel por parte do bloco Comunista.

Não admitir que o estado de Israel não é apenas uma consequência da segunda guerra mundial, mas também de um movimento sionista com mais de 100 anos que por sua vez defendia o retorno dos judeus a uma zona por eles habitada à 3000 anos atrás.

Não admitir que após a fundação do estado de Israel, aqueles 4 países inofensivos e coitadinhos que são o Egipto, a Síria, o Líbano e a Jordânia (este mais pacifico) tentaram logo destruir Israel para que cada um deles ficasse com aquele espaço (gostava de saber quantos anos duraria a guerra caso de facto tivessem derrubado Israel).

Não admitir que Israel é o pólo unificador dos seus países fronteiriços e da maioria do mundo árabe (faltava-lhes um ódio comum e pálpavel)

Não admitir que os palestinianos não viviam junto ás fronteiras de Israel e que foram para lá à procura de melhor vida motivados pela expansão económica de um pais cujo terreno é mais de 80% árido. Muitos deles trabalharam em Israel e muitos ainda o fazem.

Não admitir que Israel tem uma sociedade altamente plural e que é um país com democracia representativa desde a sua fundação (não é por acaso que tem árabes no parlamento).

Não admitir que coitadinhos são todos os que estão numa guerra. Também há crianças, mães e pais em Israel.

Não admitir que existe um aproveitamento político das vítimas de guerra por parte de muitas facções religiosas e politicas em todo o mundo.

Mas o que mais me custa admitir é que nestes países existem milhares de pessoas que vivem no extremo oposto daquilo que nós consideramos os direitos humanos. E vivem assim todos os dias, e há muitos anos.

Existem sempre dois lados de uma guerra, existem sempre múltiplos factores que justificam este acto animal, existem sempre várias realidades.

- Vai ai um par de “lunnetes “?

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