sábado, março 29, 2008

imparcialidades

Tânia,

No teu último post tocaste numa questão bastante pertinente e que é mais um exemplo de alguns defeitos da mentalidade portuguesa, o facto de os jornais (e outros órgãos de comunicação social) serem "totalmente imparciais" e não serem alinhados com qualquer ideologia ou inclinados à esquerda ou direita.

Seremos dos poucos países, pelo menos dos que se pretendem afirmar como evoluídos, em que tal acontece.

Mesmo aqui ao lado, em Espanha, quando vamos comprar um jornal, sabemos desde logo que o El Pais é mais próximo do PSOE e o ABC é um jornal mais conservador.

E o mesmo se passa por essa Europa fora.

Só aqui, neste país que tanto amo, é que continuamos a fingir que nada disso existe ou deve existir.

Em vez de se "jogar ás claras" e afirmar claramente um posicionamento político, que não tem necessariamente de ser partidário, continua-se a lançar "areia para os olhos" dos leitores. Uns deixam-se levar, alguns nem por isso.

Houve uma excepção à regra. Luís Osório quando era Director do jornal A capital, afirmou em editorial que, em determinada eleição, apoiava um partido.
Na altura não gostei, mas aplaudi! Curiosidade, o jornal já não existe!

Outros exemplos podem ser dados de temas em que se deveria “jogar às claras”, houvesse coragem política para tal. Querem falar de Lóbi?

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