quarta-feira, fevereiro 27, 2008

feliz 2008

Antes demais desejo um feliz 2008 a todos.

Já li por aqui uns posts engraçados, e percebo que as eleições nos EUA estão a “dominar” a ordem dos dias, desde saber quem se apoia através de um “teste” até às convicções que fundamentam tais escolhas, e que para espanto dos próprios até são de fiar, como o facto do Tiago ser democrata e o Rodrigo republicano (de acordo com o teste). Já agora, refiro que estes testes são uma forma de tentar (en)formar opinião naqueles que não a possuem e dessa forma levá-los a comportarem-se de acordo com o resultado do mesmo – uma das maravilhas que se estuda na psicologia política!
Dado que o interesse é visível, e não querendo desprezar o ITD, deixo aqui o National Election Studies, esse com dados bastante fiáveis e estudos, com relações entre n variáveis que levam a este resultado ao invés de a um outro – material interessante para qualquer indivíduo que goste de política e de marketing político, dado que com base nestes dados se podem realizar n feitos (ao estilo de um bom auspício behaviorista).
Contudo, não consigo perceber o fascínio por umas eleições de um suposto país democrático, em que apenas 30% da população total é recenseada, e onde desses 30% apenas uma média de 15% votam. Onde os imigrantes não votam (até porque o processo de naturalização é demorado), as pessoas institucionalizadas também não. Pior, como raio é que uma falsa democracia, com uma falsa participação democrática consegue comandar o resto do mundo? Está tudo doido?
Espero que descubram em breve o que leva as classes sociais mais desfavorecidas a legitimar o poder das classes sociais mais favorecidas e as suas necessidades e valores, contraditórios e muitas vezes agressores e castradores dos seus valores e necessidades. Até lá, parece que nada irrompe a torpe cíclica das eleições por esse mundo fora, dado que como disse o Prof. Lee Ross os EUA não têm uma esquerda, daí que Republicanos ou Democratas o ideal é o mesmo, o capital – conclusão, ganhe quem ganhar, é mais do mesmo, com algumas nuances referentes às políticas que favorecem uns grupos económicos mais que outros. Mais psicologia política: as pessoas caem no erro de conotar o ser preto com o facto de ter origens humildes e de ser mais honesto, puro mito; de conotar as mulheres com movimentos progressistas, outro mito. A raça, o género, a classe social são cartas de um baralho muito vasto de factores que os americanos sabem usar melhor que ninguém, pois dispendem balúrdios a estudar a influência de todos os factores e mais alguns no resultado eleitoral. Resulta onde há politização superficial, sem conhecimento real de ideais e ideias, sem espírito crítico das mesmas, pois com massas “sem guia de leitura” do mundo que os rodeia e ondem vivem, qualquer analfabeto pode ser rei – recordo Gustave Le Bon.
Fica a esperança de que 40% de analfabetos que vivem nos EUA deixem de o ser, para quem sabe se recensearem e exercerem o seu direito de voto. Que os restantes analfabetos políticos por esse mundo fora, principalmente dirigentes de outros países, pensem porque seguem tal cambada de ignorantes, ou então, fica a minha dúvida, mas por cá (Europa e resto do Mundo) também “não temos guia de leitura”? Eu percebo que os EUA não tenham memória histórica (são muito novinhos) e que por isso queiram apagá-la, mas no Velho Continente parece-me muito estúpido não fazer uso do conhecimento milenar que possuímos... talvez neste caso a velhice e a sabedoria não andem de “mãos dadas” – ah! Isto acontece mas é no pensamento oriental... ok! Já me esquecia!

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem vinda carissima Tânia.