A França e Sarkozy
Filho de emigrantes húngaros, cuja família pertencia à pequena nobresa húngara. É por isso que prevê a política de apenas permitir emigrantes na medida das necessidades de trabalho do país! Mais, daí a necessidade de criar um Ministério da Imigrição e da Identidade Nacional... um bocado xenófobo!
Tem um antepassado que se bateu valentemente contra os Turcos. É por isso que é contra a entrada dos Turcos na União Europeia! Lá está a xenofobia outra vez!
Considerado um político liberal por querer menos sindicatos e menos impostos! Há coisas que custam a entender. Ok, menos impostos é mais liberal. Mas, menos sindicatos também é mais liberal?! Ou será, neoliberal?! Então e aumento do horário de trabalho também é liberal?! Parece que para Sarkozy a semana das 35 horas é insustentável para a competitividade da economia. Até parece que a França sofre muito a nível económico... sofre como qualquer país capitalista, onde a riqueza é mal distribuída, e onde há pala de tanto liberalismo acaba por cair num subsidiarismo. Esse concerteza não liberal, mas com raízes na cultura da caridadezinha, fruto de influências católicas, de um estado de assistência e não de solidariedade social...
Sendo que o Liberalismo é a ideologia da liberdade, liberdade como princípio fundamental, nascida no seio do Iluminismo, e a nível ideológico-político, social e económico caracterizado como o "primado da soberania popular e da vontade geral, aplicação estrita do princípio laisser faire, laisser passer" (Calvo-Serer), pergunto-me como é que a diminuição da participação político-sindicalista do indivíduo e da população em sociedade é Liberal?!
Mais, como é que a criação de organismos para controlar a população do País é Liberal?! Não é um estado Liberal aquele em que o Estado intervém menos?! Ou será no neoliberalismo que o Estado deve intervir o menos possível, mas em qualquer temática que mexa com a economia e o crescimento económico do país, aí o Estado já pode e deve intervir?! Será que é por isso que existe na teoria Neoliberal um Estado que deve intervir a um micronível - que é para quando dá jeito?!
Interessante, será que o Liberalismo tem apenas a vertente da liberdade económica?! Não me lembro de ler isso em Thomas Morus, Hobbes ou Rousseau. Aliás, a vertente socio-económico aí funciona como balança, não há dois pesos e duas medidas: uma liberdade económica, mas não uma liberdade social... mas eles devem ser liberais de outros tempos! Contudo, percebo que o Liberalismo como imbuído também da filosofia grego-romana e do Cristianismo, principalmente do último, luta contra algumas tentações! Já Paulo VI dizia "o uso da liberdade facilmente pode degenerar em desordem: em primeiro lugar, o individualismo, e, em consequência dele, o egoísmo, a confusão social, donde nascem a repressão, a desintegração da comunidade". Claro está, neste liberalismo há o culto do individualismo, e não a Liberdade enquanto responsabilizadora e ao mesmo tempo unificadora dos indivíduos de forma a constituir o laço social, o contrato social (esse monstro que não deixa a economia evoluir ao olhos dos neoliberais). Como se a Liberdade não fosse também respeito pelo outro, e antes disso por nós próprios, pautada por uma conduta de consciência individual e social, porque só na interacção com os diferentes nos conhecemos, e só respeitando os outros eles nos respeitam... isto também deve ser outra ideologia de Liberdade!
O termo Liberalismo está por certo desvirtuado, de tão mau uso que dele se tem feito. Ser Liberal não é ser-se individualista, não é ser-se permissivo até onde nos dá jeito, não tem como oponente o totalitarismo, porque nos tempos que correm totalitários são todos os governos que não são liberais, no sentido em que não respeitam a vontade geral e a soberania popular. Melhor, que apenas são liberais no momento em que são eleitos por sufrágio universal, logo pela vontade geral, mas após serem eleitos as suas vozes não se ouvem, e fazem como o Alberto João. Este, agradeceu "aos trabalhadores sociais-democratas que votaram nele"...
Outros factos importantes, são o facto de os países que não fomentam políticas ditas capitalistas (neoliberais), terem visto a sua economia crescer sem atropelarem os direitos das populações, e sem os fazerem escravos dos seus belos caprichos, que gostam de rotular com este ou aquele termo para que sejam bem ou mal aceites, e discutidos por esse mundo fora. Enquanto as pessoas se baralham com os termos, não ligam às políticas, e depois temos uma França sempre revolucionária, mas depois da revolução como foi o caso do maio de 68, há sempre uma volta às suas origens despóticas... vivem na saudade de um Luís XIV e de um país supostamente, sobejamente superior aos outros quer em termos culturais, quer em termos sociais e económicos. Não devem ter memória, e nem deve saber que aí o estado económico-social do país era miserável...
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