quinta-feira, abril 26, 2007

Uma nova forma de comemorar o 25 de Abril

Cavaco Silva, excelentíssimo presidente da nossa república, propôs nas comemorações do dia de ontem que se repensasse a forma como se comemora o 25 de Abril.
Será que ele quer começar a ser como o Paulinho das Feiras e misturar-se com o povo?! Já estou a imaginar Cavaco Silva a distribuir cravos e beijinhos no Mercado da Ribeira antes da sessão solene na Assembleia da República...
Será que quer adoptar uma postura à Alberto João Jardim?! Em vez dos cravos e dos beijinhos no mercado, um palco montado em plena Avenida da Liberdade, em que Cavaco anima o povo ao som das músicas de intervenção que marcaram o 25 de Abril. Mais, depois nada de comemorar mais o 25 de Abril no Parlamento que isso é coisa de monopolistas continentais...
Será que pretende, como na Autarquia de Silves, que se esqueça o 25 de Abril, e assim sendo, que a melhor forma de o comemorar é não realizar qualquer acção cívica, mobilizadora de massas, que alerte para uma memória conscienciosa do passado recente do nosso país?!
Eu tenho uma ideia para umas comemorações em novo estilo. Em honra ao 25 de Abril, o governo podia começar em jeito de reconhecimento de uma REVOLUÇÃO QUE EFECTIVAMENTE EXISTIU, a concretizar:
- o ensino da nossa história aos jovens, de que tanto Cavaco falou e correctamente, que são o futuro do nosso país. Assim, quando forem entrevistados não dizem que não se interessam pelo 25 de Abril de 1974 porque nasceram depois dessa data - é que correm o risco de como tal, a democracia não se interessar por eles, dado que eles, enquanto jovens, não a conhecem por não terem participado, nem participarem na sua construção;
- mobilizar crianças, jovens e graúdos para actividades a realizar no dia da Revolução que tragam à memória como foi o 25 de Abril de 1974, e porque aconteceu;
- respeitar a Constituição da República Portuguesa: dá trabalho para mangas, dado que até hoje, ainda não conseguiram fazer respeitar as suas básicas e efectivas condições de direito ao trabalho, saúde e educação.
Acho que isto era capaz de ser um bom princípio de acção por parte do executivo governamental.


Nas palavras de Cavaco: "jovens não se resignem", e continuando nas minhas: lutem pelos vossos direitos.

4 comentários:

Vítor Manuel Palmilha disse...

Cavaco só se esqueceu d dizer o mais importante: Que a verdadeira implementação da democracia ocorreu a 25 de Novembro!

Jovens, não se resignem, lutem pelo vosso direito à comemoração da data correcta!

Tânia Mealha disse...

Para isso, devias era filiar-te no CDS/PP - eles é que defenderam o reconhecimento do 25 de Novembro, e a sua celebração pela Assembleia da República.

Vítor Manuel Palmilha disse...

Não, eu estou no partido certo.

Infelizmente certas pessoas do meu partido não têm coragem para dizer o que realmente pensam.

Continuam agarradas ao estigma do 25 de Abril, pensando que isso os leva ao poder.

A sociedade está a rejuvenescer, e a geração que agora governa vai sair, mais cedo ou mais tarde.

E finalmente teremos uma democracia em Portugal!

Não a que Cunhal quis implementar no 25 de Abril, desculpa, enganei-me, não a ditadura que cunhal quis implementar com a revolução.

Tânia Mealha disse...

Sempre pensei que não te deixasses levar pelo marketing político. Cunhal nunca tentou instalar nenhuma ditadura, mas que dá muito jeito fazer crer isso, lá isso dá. Só assim podem fazer ditadura o PS e o PSD e continuar a dizer que essas medidades são necessárias para que não vença um comunismo obscuro, ditatorial, pouco transparente - como gostam de propagandear por aí. No entanto, quem vai praticando essa política pseudo-democrática são os únicos partidos que depois da Revolução ascenderam ao poder. É interessante ver como a culpa é sempre dos outros, e não dos que realmente aprovam e levam a cabo as medidas que criaram.
Se o país vive em crise, a culpa é meramente dos que têm passado pelo Governo, e não do PCP, única oposição válida, com argumentos e críticas construtivas na esperança da construção de um Portugal melhor.
O resto, é demagogia política e conversa para meninos.