quinta-feira, outubro 12, 2006

POVO, SINDICATOS E PARTIDOS

Ao contrário de ti e do teu amigo, considero que os sindicatos defendem as pessoas, mas não todos os sindicatos.
Se é verdade que se exigem aumentos e melhores condições é porque neste período de governação as assimetrias sociais têm vindo a aumentar ao invés de se dissiparem.
Dos países mais produtivos da Europa, a França, é o que tem o menor horário de trabalho mas o que tem também melhores salários. O tempo que se diz ser dinheiro, só o é devido à qualidade ou não do trabalho que se emprega nesse espaço de tempo. Se eles são mais produtivos e trabalham menos horas, talvez devessem adoptar esse esquema para Portugal. Só aqui, neste cantinho à beira mar plantado se tiram conclusões erróneas dos enunciados. O Governo chegou a ponderar aumentar o horário de trabalho, ao invés de o diminuir para aumentar a produtividade e os lucros. Não sabem os senhores ministros que a motivação é um factor muito importante para o atingir de objectivos, e que trabalhar horas a fio acarreta ainda um desgaste maior que o próprio burn out característico de cada profissão?!
Claro que também percebo Vitor, que com sindicatos como a União Geral de Trabalhadores (que de união tem muito pouco), o povo não pode estar nem aspirar ser unido. São esses os senhores que tudo toleram e que se contentam com migalhas, porque nem eles próprios têm noção do que merecem ou não, do que valem ou não. E quem cede facilmente é porque não está convicto das suas reivindicações, chegando mesmo a pensar que talvez sejam descabidas.
Se a UGT estivesse a bordo do Titanic dava os coletes salva vidas aos senhores e deixava o pessoal do convés morrer afogado. O gelo e as bebidas ficavam para o Governo que independentemente de o barco se estar a afundar a única coisa que sabe fazer é festas e copos, enquanto os outros se afundam na crise social que está instalada (e agrava todos os dias com as inúmeras reformas que são apenas remendos). A CGTP continuaria a tocar porque quando se tem razão, e se sabe porque se luta não há que ter medo de fazer ouvir a nossa voz - lá dizia o outro," a nós ninguém nos cala".
Quando o povo começar a perceber que se não participar activamente seja porque meios democráticos (eleições, greves, manisfestações, etc.) o barco se vai afundando cada vez mais, não é necessário que o Governo se preocupe. Podem continuar a bebericar as suas belas bebidas com umas pedrinhas de gelo. Em última análise, o governo é um reflexo do povo, e se a maioria quer que o barco se afunde, venha de lá esse mar!

2 comentários:

Vítor Manuel Palmilha disse...

Reacção normal mas que não esperava de ti. Em vez de defender a tua dama atacaste a do lado. Lá está o que eu dizia. Sindicatos como apêndices de partidos!

Tânia Mealha disse...

Defendi a CGTP expondo os meus claros motivos. Tive que expôr a outra, não suporto lobos mascarados de cordeiros - já devias saber e esperar mesmo isto.