O Trabalho em Karl Marx
Numa altura em que se fala de trabalho, da forma como é levado a cabo, da sua falta, ou defeitos, deixo aqui esta reflexão de MARX:
"Suponhamos, que produziamos como seres humanos; cada um de nós se afirmaria duplamente na sua produção, a si próprio e ao outro:
1) Na minha produção, realizaria a minha individualidade, a minha particularidade; experimentaria, trabalhando, o gozo de uma manifestação individual da minha vida, e na contemplação do objecto, teria a alegria individual de reconhecer a minha personalidade como uma potência real, concretamente apreensível e a salvo de qualquer dúvida;
2) No teu gozo ou uso do meu produto, eu teria a alegria espiritual de satisfazer por meio do meu trabalho uma necessidade humana de realizar a natureza humana e de fornecer à necessidade de um outro o objecto por ele necessitado;
3) Teria consciência de servir de mediador entre ti e o género humano, de ser reconhecido e sentido por ti como um complemento do teu próprio ser e como uma parte necessária de ti próprio, de ser aceite no teu espírito como no teu amor;
4) Teria, nas minhas manifestações individuais, a alegria de criar a manifestação da tua vida, quer dizer de realizar e de afirmar na minha actividade individual a minha verdadeira natureza, a minha sociabilidade humana. As nossas produções seriam outros tantos espelhos onde os nossos seres irradiariam um para o outro."
Marx in Économie et Philosophie (Euvres, Économie, T. II, p.22)
"O trabalho [em Marx] é toda a actividade humana que permite exprimir a individualidade daquele que a exerce. Mas também, à mesma individualidade, exprimir-se para o outro, e ao mesmo tempo mostrar portanto ao outro tanto a sua singularidade como a sua pertença ao género humano" Meda (1999)
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