segunda-feira, agosto 28, 2006

dúvidas, perguntas e questões...

Não posso estar descansada, envolta no trabalho psíquico abstracto, que logo vêem tirar-me deste maravilhoso estado para me desassossegarem com as práticas questões do mundo quotidiano! - não que não goste delas, mas em momento de profunda abstracção, a realidade externa dá-me cabo do trabalho interior...

Ora, já sabia que não podia passar sem essa história do camarada de Setúbal ter sido destituído do cargo.

O que me confunde um bocado é o facto de as pessoas se “passarem” por uma coisa simples, que não é inconstitucional, nem coisa que o valha! Quero com isto dizer, que as pessoas quando votam, votam em partidos – é que não se podem eleger pessoas se elas não estiverem afectas a partidos… a não ser que estejam organizadas… e mais, quando votamos num partido, votamos num programa – e acreditem que é mesmo nisto que se vota e não em pessoas per se.

Acredito que faça confusão numa sociedade maioritariamente individualista, esta coisa de se votar num projecto colectivo, e que por a representação social maioritária ser a de que: “Ah! Eu não voto no partido. Eu voto no Zé porque gosto dele”. – Bem, é bonito. Acontece, que na realidade quando se vota no Zé, está-se é a votar no partido do qual o Zé faz parte, no seu programa e projecto (se bem que nem todos os partidos aleguem que assim é)… a malta é que gosta de se iludir… mas cada um sabe da sua consciência.

No partido do qual faço parte, as pessoas são eleitas para cumprir um programa, estão em determinado sítio porque tem uma tarefa a cumprir – quando não estão em condições de o fazer, arranjamos outros camaradas que o consigam fazer. A ideia, ao contrário do populismo político, é fazer trabalho, não criar figuras míticas – qual Santana Lopes, que não são capazes de executar aquilo a que se propuseram mas que “botam figura”. No PCP não promovemos boys, trabalha-se. Logo se um não está em condições para tal, que venha outro – para trabalhar temos muitos e capazes.

Quem não tem mais que fazer, e curte novelas e fatalidades, é que gosta de arranjar problemas onde não existem – mas confesso, o PS não foi muito inteligente em vir dizer que isso não se pode fazer. Pergunto-me eu: não haverá advogados que aconselhem os socialistas?! E pior, com tantos anos de política, não sabem ainda que são eleitos porque fazem parte de um partido, e não porque são o Senhor XPTO?! Dúvidas, perguntas e questões parvas – coisas que invadem a mente de todos nós – umas mais parvas que outras!

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