terça-feira, maio 23, 2006

não sei se sou só eu, mas estou farta de tanta hipocrisia!

O Correio da Manhã faz sair uma notícia que diz "Católicos aprovam o uso do preservativo".
Segundo o inquérito levado a cabo pelo correio da manhã, 84,2% de entevistados que se dizem católicos e praticantes são a favor do uso do preservativo. Reportando-se a esta sondagem, na TVI o cónego de Braga diz que o preservativo nunca irá ser permitido pela Igreja - para uso sem ser entre um casal unido pelo sagrado sacramento, em que um dos membros do casal contraiu a SIDA, e que acha inacreditável que se distribuam preservativos na escola básica e secundária pela via institucional.
Vejamos, a Igreja não é a favor do uso do preservativo porque continua a defender o sexo apenas como meio de procriação e não de obtenção de prazer que considera pecaminosa. Logo, continua a ser hipócrita, a viver fora da realidade, mas não é a única. Que raio de católicos são estes, praticantes ou não praticantes, que não partilham a maioria de orientações basilares da igreja?! Será que ainda não perceberam que para uma pessoa ser seja o que for, tem que concordar com os princípios básicos?!
Faz-me imensa confusão esta necessidade de identificação, seja com o que for mesmo que não nos revejamos na sua ideologia e prática. Confusão esta, por as pessoas não terem capacidade de insight, para que possam perceber o que são e o que não são, o que praticam e o que não praticam, o que sentem e o que não sentem... Acho que a verdade desta hipocrisia, é o facto de as pessoas se quererem agarrar a alguma coisa - como conceber um católico, se ele não comunga das orientações, se usa preservativo, se tem sexo por prazer antes do casamento, se até é a favor de relações homossexuais, se lê livros, navega na internet, se é a favor da interrupção voluntária da gravidez, etc.
Pior ainda, é quando as pessoas afirmam que é a postura da igreja que contribui para a propagação das doenças - nem sequer têm consciência de que são as suas atitudes, os seus actos que levam a isso. Pela lógica da Igreja, se não existem relações antes do matrimónio, os preservativos não são necessários porque não há meio de propagação de doenças sexualmente transmissíveis. A realidade não é esta. A culpa não é da Igreja, é dos supostos ditos católicos, que não comungam das suas orientações. Faz lembrar, "prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz".

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